quarta-feira, 24 de junho de 2015

Quando conservadores religiosos e liberais ateus se comportam exatamente da mesma forma (patética)

    


Qual-escolha-você-faz
Fazem parte do mesmo grupo comportamental:

1 – O conservador religioso que, por birrinha, dizia “Eu não sou Charlie” na época do atentado 7/1, mesmo sabendo que este foi um frame da extrema esquerda para manter no imaginário comum a noção de que “liberdade de expressão tem limites”, essencial para um governo que tenta censurar a mídia e estabelecer o Humaniza Redes

2 – O liberal ateu que, por rivalidade religiosa, opta por lamber o saco de Ricardo Boechat por que ele foi “contra a religião”. Eles dizem: “se são religiosos, devem se ferrar mesmo, não é?”. Isso mesmo que Boechat seja um socialista pró-black bloc (ou seja, alguém que usa até cueca com o símbolo da foice e martelo) e Malafaia seja um dos principais lutadores contra o totalitarismo petista nos dias atuais. (Aliás, esse comportamento surgiu também de religiosos adversários da religião de Malafaia)
Por que esses dois grupos executam o mesmo comportamento?
É simples. Eles são incapazes de pensar pragmaticamente, no contexto da guerra política.
Tente se imaginar como um dos dois principais líderes de uma região prestes a ser invadida por um príncipe de outra região. Obviamente, este príncipe seria o inimigo, certo? O essencial seria que você se unisse ao outro líder de sua região, para, juntos, terem poder suficiente para defender sua região de ser pilhada, suas crianças escravizadas e suas mulheres estupradas. Esta é uma decisão óbvia. Mas e se o outro líder pertencer a uma religião a qual você se opõe? Logicamente, a união iria ocorrer da mesma forma, pois o que importa é salvar a sua aldeia. Isto, em uma casca de noz, significa pensar pragmaticamente, algo que a extrema esquerda faz o tempo todo.
Ao contrário do que uma análise apressada pode sugerir, pensar pragmaticamente não é imoral. Na realidade, é sempre a opção mais moral diante de conflitos, pois, ao agir assim, você busca lutar contra o mal maior.
A ignorância de boa parte da direita em termos de guerra política tem feito muitos serem incapazes de executar o menor raciocínio lógico e tão óbvio como o do exemplo que citei.
Para racionalizarem seu comportamento, é claro que eles tentarão usar frases de efeito como “se for para optar entre (x) e (y), prefiro (z)”, mesmo que (z) não seja uma opção, e que não existe neutralidade em política e, pior, que não existe o vazio na política. Nenhuma dessas racionalizações serve para esconder a verdade que qualquer análise lógica dos conflitos irá nos expor: sem querer, estão lutando pelo seu maior adversário, os bolivarianos, que só pensam dia e noite em nos transformar em escravos.
Uma pergunta a se fazer é: que escolhas você tem feito? Vejo muitos conservadores e liberais atacando políticos de esquerda e centro esquerda (mas hoje em dia Eduardo Cunha está salvando a pele de muita gente que não joga o jogo político para ajudá-lo), mas será que vocês tem agido melhor do que os políticos que criticam? Suas demandas estão adequadas com os objetivos a serem alcançados? Suas escolhas estão coerentes com os resultados a serem obtidos?
O que você escolhe? Seu ego, suas manias e suas rivalidades menos relevantes ou a luta contra o maior adversário? O grande dilema da direita é hoje uma questão puramente de escolhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário