Fazem parte do mesmo grupo comportamental:
1 – O conservador religioso que, por
birrinha, dizia “Eu não sou Charlie” na época do atentado 7/1, mesmo
sabendo que este foi um frame da extrema esquerda para manter no
imaginário comum a noção de que “liberdade de expressão tem limites”,
essencial para um governo que tenta censurar a mídia e estabelecer o
Humaniza Redes
2 – O liberal ateu que, por rivalidade
religiosa, opta por lamber o saco de Ricardo Boechat por que ele foi
“contra a religião”. Eles dizem: “se são religiosos, devem se ferrar
mesmo, não é?”. Isso mesmo que Boechat seja um socialista pró-black bloc
(ou seja, alguém que usa até cueca com o símbolo da foice e martelo) e
Malafaia seja um dos principais lutadores contra o totalitarismo petista
nos dias atuais. (Aliás, esse comportamento surgiu também de religiosos
adversários da religião de Malafaia)
Por que esses dois grupos executam o mesmo comportamento?
É simples. Eles são incapazes de pensar pragmaticamente, no contexto da guerra política.
Tente se imaginar como um dos dois
principais líderes de uma região prestes a ser invadida por um príncipe
de outra região. Obviamente, este príncipe seria o inimigo, certo? O
essencial seria que você se unisse ao outro líder de sua região, para,
juntos, terem poder suficiente para defender sua região de ser pilhada,
suas crianças escravizadas e suas mulheres estupradas. Esta é uma
decisão óbvia. Mas e se o outro líder pertencer a uma religião a qual
você se opõe? Logicamente, a união iria ocorrer da mesma forma, pois o
que importa é salvar a sua aldeia. Isto, em uma casca de noz, significa
pensar pragmaticamente, algo que a extrema esquerda faz o tempo todo.
Ao contrário do que uma análise apressada
pode sugerir, pensar pragmaticamente não é imoral. Na realidade, é
sempre a opção mais moral diante de conflitos, pois, ao agir assim, você
busca lutar contra o mal maior.
A ignorância de boa parte da direita em
termos de guerra política tem feito muitos serem incapazes de executar o
menor raciocínio lógico e tão óbvio como o do exemplo que citei.
Para racionalizarem seu comportamento, é
claro que eles tentarão usar frases de efeito como “se for para optar
entre (x) e (y), prefiro (z)”, mesmo que (z) não seja uma opção, e que
não existe neutralidade em política e, pior, que não existe o vazio na
política. Nenhuma dessas racionalizações serve para esconder a verdade
que qualquer análise lógica dos conflitos irá nos expor: sem querer,
estão lutando pelo seu maior adversário, os bolivarianos, que só
pensam dia e noite em nos transformar em escravos.
Uma pergunta a se fazer é: que escolhas
você tem feito? Vejo muitos conservadores e liberais atacando políticos
de esquerda e centro esquerda (mas hoje em dia Eduardo Cunha está
salvando a pele de muita gente que não joga o jogo político para
ajudá-lo), mas será que vocês tem agido melhor do que os políticos que
criticam? Suas demandas estão adequadas com os objetivos a serem
alcançados? Suas escolhas estão coerentes com os resultados a serem
obtidos?
O que você escolhe? Seu ego, suas manias e
suas rivalidades menos relevantes ou a luta contra o maior adversário? O
grande dilema da direita é hoje uma questão puramente de escolhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário