segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Terror e morte no Recife - Início da luta armada

Atentado ao Aeroporto de Guararapes - 50 anos

Por Maria Joseita Brilhante Ustra
Terror e morte no Recife Inicio da luta Armada – 25/07/1966

Fonte: A Verdade Sufocada – A História que a esquerda não quer Brasil conheça – Autor Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra -10ª edição 


A Comissão da “Verdade” continua a escrever a história ao modo dela. Modifica laudos de peritos, faz de assassinos, sequestradores e de terroristas heróis. Reescreve a historia recente do Brasil e cria novos autores para crimes hediondos como está tentando com o tenebroso caso do atentado a bomba do aeroporto de Guararapes , em Recife. que é considerado o inicio do terrorismo no Brasil.
Leiam a seguir a nova versão que os adeptos da luta armada e advogados defensores de subversivos e terroristas pretendem agora, na esperança de deturpar os fatos para desviar a atenção dos descalabros desse governo, da corrupção , da impunidade que tem tomado conta do país.
Um escândalo a cada semana, praticamente, toma conta do noticiário nacional, envergonhando o país e levando a sociedade a se posicionar ,exigindo o impeachment ou a cassação da presidente e dos presidentes do Senado e da Câmara. 

Observação do site www.averdadesufocada.com

Sobre a matéria acima, escrita por Daniele Alves transcrevo a verdadeira história, com a afirmação de Jacob Gorender, militante do PCBR – Partido Comunista Brasileiro, que em seu livro “Combate nas trevas”- ed revista e ampliada - 1998-, teve a hombridade de revelar o mentor e o autor deste atentado

"A Contrarrevolução completava dois anos. Solenidades eram realizadas em todos os rincões do País. 

Dois mortos - Edson Régis de Carvalho: Jornalista
Nelson Gomes Fernandes: Almirante
e 13 pessoas foram feridos gravemente. 
Em Recife, desde oito horas desse 31/03/1966, o povo se deslocava para o Parque Treze de Maio para o início das comemorações. Milhares de pessoas estavam reunidas naquele parque quando, às 8h47, foram surpreendidas por uma violenta explosão, seguida de espessa nuvem de fumaça que envolveu o prédio dos Correios e Telégrafos de Recife. 

O povo não imaginava que esse seria o primeiro ato terrorista na capital pernambucana.Quando a fumaça desapareceu, o povo, atônito, viu os estragos. Manchas negras e buracos nas paredes, a vidraça no sexto andar estilhaçada. A curiosidade era geral. 

Ao mesmo tempo, outra bomba explodia na residência do comandante do IV Exército. 

Ainda naquele dia, outra bomba, que falhara, foi encontrada em um vaso de flores da Câmara Municipal de Recife, onde havia sido realizada uma sessão solene em comemoração ao segundo aniversário da Contrarrevolução. 

Cinquenta dias após, em vinte de maio, foram arremessados dois coquetéis “molotov” e uma banana de dinamite contra os portões da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. Por sorte, até então, os terroristas não haviam provocado vítimas. 

No entanto, antes de completarem quatro meses da explosão da primeira bomba, outras três vieram abalar a tranquilidade de Recife. Como as anteriores não provocaram vítimas, desta vez os terroristas capricharam e se esmeraram para haver mortos e feridos. A justificativa para essas ações era protestar contra a visita a Recife do marechal Costa e Silva, candidato da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) à Presidência da República. O alvo principal era o próprio Costa e Silva e sua comitiva. 

No dia marcado para a chegada do candidato, 25 de julho de 1966, explode a primeira bomba na União dos Estudantes de Pernambuco, ferindo com escoriações e queimaduras, no rosto e nas mãos, o civil José Leite. 

A segunda bomba, detonada nos escritórios do Serviço de Informações dos Estados Unidos, causou apenas danos materiais. 

A terceira, mais potente, preparada para vitimar o marechal Costa e Silva, atingiu um grande número de pessoas. Ela foi colocada no saguão do Aeroporto de Guararapes, onde a comitiva do candidato seria recebida por trezentas pessoas. 

General Sílvio, Na época Coronel 
Um ano em tratamento 
Eram 8h30, quando os alto-falantes anunciaram que, em virtude de pane no avião que traria o general, ele estava se deslocando por via terrestre, de João Pessoa até Recife, indo diretamente para o prédio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Com o anúncio, o público, felizmente, começou a se retirar. 

O guarda-civil Sebastião Thomaz de Aquino, o “Paraíba”, que fora jogador de futebol do Santa Cruz, viu uma maleta escura junto à livraria Sodiler. Pensando que alguém a esquecera, pegou-a para entregá-la no balcão do Departamento de Aviação Civil (DAC). 

Ocorreu no momento uma grande explosão. A seguir pânico, gemidos e dor. Mais um ato terrorista acabara de acontecer, com um saldo de quinze vítimas. 

Morreu o jornalista Edson Régis de Carvalho, casado e pai de cinco filhos. Teve seu abdômen dilacerado. 

Também faleceu o almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, com o crânio esfacelado, deixando viúva e um filho menor. 

“Paraíba” foi atingido no frontal, no maxilar, na perna esquerda e na coxa direita com exposição óssea, o que resultou na amputação da perna direita. 

O tenente-coronel Sylvio Ferreira da Silva, hoje general, sofreu amputação traumática dos dedos da mão esquerda, lesões graves na coxa esquerda e queimaduras de primeiro e segundo graus. Sofreu com com as sequelas provocadas pelo resto da vida. Faleceu em 2015 . 

Ficaram gravemente feridos o inspetor de polícia Haroldo Collares da Cunha Barreto e Antônio Pedro Morais da Cunha; os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro; os estudantes José Oliveira Silvestre e Amaro Duarte Dias; a professora Anita Ferreira de Carvalho; a comerciária Idalina Maia; o guarda-civil José Severino Barreto; além de Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de apenas seis anos de idade. 

O acaso, transferindo o local da chegada de Costa e Silva, evitou que a tragédia fosse maior. 

Assim age o terrorista, indiscriminadamente, forma tão apregoada por Carlos Marighella, em seu “Mini Manual do Guerrilheiro Urbano”, atingindo pessoas inocentes. 

A seguir, transcrevo o depoimento de uma das vítimas, o então tenente-coronel Sylvio Ferreira da Silva, publicado pelo general Raymundo Negrão Torres em seu livro: Fascínio dos Anos de Chumbo, página 86: 

“Quando o guarda foi alertado pelo dono da banca de revistas sobre a maleta abandonada, ele a apanhou e dirigiu-se até onde eu estava, tendo à minha direita o Edson Régis e à minha frente o Haroldo Colares, inspetor de Polícia que havia trabalhado comigo na Secretaria de Segurança que eu havia deixado há dois meses. O guarda postou-se ao meu lado esquerdo e dirigiu-se ao Haroldo dizendo: 

- Dr. Haroldo, esta maleta estava abandonada. O Haroldo, esticando o braço direito, respondeu: entrega no DAC que é ali. 

Neste momento, ocorreu a explosão. O jornalista Edson Régis, relativamente baixo, foi atingido no abdômen e transportado para o Hospital da Aeronáutica. Levado ao centro cirúrgico antes de mim não resistiu. 

Sebastião Thomaz de Aquino - o Paraiba. Perdeu uma perna 
O Haroldo Colares recebeu uns duzentos estilhaços de vidro, espalhados pelo corpo e, apesar de diabético, resistiu. O almirante Nelson Fernandes estava longe, na divisória que dava acesso ao pátio das aeronaves. Foi atingido na nuca pelo bujão do cano que constituía a bomba. Morreu na hora. 

O guarda Sebastião teve ferimento semelhante ao meu na perna direita, posto que ele segurava a maleta na mão direita. Teve a perna amputada, após setenta dias de sofrimento no hospital. Eu tive a amputação de todos os dedos da mão esquerda - que desapareceram -, exceto o polegar que ficou pendurado por um pedaço de pele e a coxa esquerda esfacelada com fratura exposta do fêmur, muitos cacos de vidro e muitas queimaduras. 

Como disse acima, esses detalhes já não têm mais importância. Infelizmente o fato em si parece esquecido para nossas maiores autoridades. Dos atingidos, acho que sou o único sobrevivente e assim posso sentir o significado de atitudes como essa de nomear para o Ministério da Justiça um terrorista.” 

Nota do autor: o general Sylvio Ferreira da Silva refere-se a Aloysio Nunes Ferreira, ministro da Justiça no governo Fernando Henrique e recentemente foi eleito senador da República. 

Frequentemente, vergonhosas e milionárias indenizações são pagas a ex-terroristas que tanto mal fizeram ao País. 

Acredite, nenhuma das vítimas dos terroristas que citei até agora e que citarei nas próximas páginas deste livro recebeu qualquer indenização. 

Durante muito tempo, a esquerda escondeu, enquanto pôde, a autoria desse atentado, chegando a afirmar que teria sido feito pela direita para tentar incriminá-la. Técnica antiga muito usada, até os dias de hoje, pela esquerda. 

As autoridades, atônitas, procuravam os autores desses atentados. Não obtinham nenhuma resposta. Não tínhamos, até então, nenhum órgão para combater com eficiência o terrorismo. 

Foi um comunista, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), que teve a hombridade de denunciar esse crime: Jacob Gorender, em seu livro Combate nas Trevas - edição revista e ampliada - Editora Ática - 1998, escreve sobre o assunto: 

“Membro da comissão militar e dirigente nacional da AP, Alípio de Freitas encontrava-se em Recife em meados de 1966, quando se anunciou a visita do general Costa e Silva, em campanha farsesca de candidato presidencial pelo partido governista Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Por conta própria Alípio decidiu promover uma aplicação realista dos ensinamentos sobre a técnica de atentados.” 

“Em entrevista concedida a Sérgio Buarque de Gusmão e editada pelo Jornal da República, logo depois da anistia de 1979, Jair Ferreira de Sá revelou a autoria do atentado do Aeroporto de Guararapes por militantes da AP. 

Entrevista posterior, ao semanário Em Tempo, referiu-se a Raimundinho como um dos participantes da ação. Certamente, trata-se de Raimundo Gonçalves Figueiredo, que se transferiu para a VAR-Palmares (onde usava o nome de guerra Chico) e morreu, a vinte sete de abril de 1971, num tiroteio com policiais do Recife.” 

Fica, portanto, esclarecida a autoria do atentado ao Aeroporto de Guararapes: 

• Organização responsável: Ação Popular (AP); 

• Mentor intelectual: ex-padre Alípio de Freitas - que já atuava nas Ligas Camponesas -, membro da comissão militar e dirigente nacional da AP; 

• Executor: Raimundo Gonçalves Figueiredo, militante da AP. 

Observação: 

- Em 25/12/2004, Cláudio Humberto, em sua coluna, no Jornal de Brasília, publicou a concessão da indenização fixada pela Comissão de Anistia, que beneficia o ex-padre Alípio de Freitas, hoje residente em Lisboa. Ele terá direito a R$ 1,09 milhão. 

- Raymundo Negrão Torres, em seu livro O Fascínio dos Anos de Chumbo, Editora do Chain, página 85, escreve o seguinte: 

“Um dos executores do atentado, revelado pelas pesquisas e entrevistas promovidas por Gorender, foi Raimundo Gonçalves Figueiredo, codinome Chico, que viria, mais tarde a ser morto pela polícia de Recife em 27 de abril de 1971, já como integrante da VAR-Palmares e utilizando o nome falso de José Francisco Severo Ferreira, com o qual foi autopsiado e enterrado. Esse terrorista é um dos radicais que hoje são apontados como tendo agido em defesa da democracia e cujos “feitos” estão sendo recompensados pelo governo, às custas do contribuinte brasileiro, com indenizações e aposentadorias que poucos trabalhadores recebem, recompensa obtida graças ao trabalho faccioso e revanchista da Comissão de Mortos e Desaparecidos, instituída pela lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995. É um dos nomes glorificados no livro Dos filhos desse solo, página 443, editado com dinheiro dos trabalhadores e no qual Nilmário Miranda, ex-militante da POLOP e secretário nacional dos Direitos Humanos do governo Lula, faz a apologia do terrorismo e da luta armada, através do resultado dos trabalhos da tal comissão, da qual foi o principal mentor.” 

Raimundo Gonçalves Figueiredo é nome de uma rua em Belo Horizonte/MG e sua família também foi indenizada." 

Fontes: 

- Combate nas Trevas - Jacob Gorender. 

- Projeto Orvil - Tentativas de Tomada do Poder 

Organizadores: 

Ten Cel Lício Maciel 

Ten José Conegundes do Nascimento.


Texto publicado originalmente em: http://bit.ly/1KTIhVO