terça-feira, 7 de julho de 2015

Uma dica fundamental para a guerra política: não jogue uma arma carregada para seu inimigo



Um dos assuntos do momento é o protesto de um jovem, Igor Gilly, que xingou Dilma Rousseff na comitiva do PT, nos Estados Unidos.

Muitos não sabem exatamente como se expressar diante disso, ficando sempre naquele meio termo, como se dissessem: “Será que vale a pena criticar o comportamento de alguém de direita? Melhor deixar pra lá”.

Antes, preciso relembrar o texto Ataques violentos X palavras violentas, que escrevi há pouco tempo atrás. Ali eu explicava que contundência, na guerra política, não é você usar os xingamentos mais cabeludos. É o contrário: é usar os rótulos mais bem encaixados, mais doloridos e que realmente diminuem o poder de reação de seu oponente.

Eu defendo que devemos ser realmente contundentes, irmos definitivamente para o ataque… mas isso significa atingir seu oponente onde dói. Isso pode ser medido pelo dano político causado ao adversário.

Em direção oposta, a manifestação de Igor Gilly nem sequer permitiu uma boa capitalização da direita, que, constrangida com os palavrões, não pode nem exibir qualquer tipo de troféu. Ao mesmo passo, os petistas ganharam um presente, e estão capitalizando com gosto.

Esse é o problema de atirar uma arma carregada na direção de seu oponente. Ele pode pegar a arma e atirar de volta… em você. Tudo bem que ele poderia atirar sem qualquer munição fornecida por você. Mas para que ajudar o adversário? Chega a dar pena de assistir como as palavras de Igor Gilly tem sido úteis para os petistas.

Por exemplo, qual a razão política em lançar palavras como “comunista tem mais é que ser morto” ou “assassina”? Ou então “(x) de merda”? Assim como “seus bostas”? A expressão “petistas vagabundos”, embora seja até factível nas redes sociais (se o outro lado estiver usando termos semelhantes) também não pegou bem para aquela ocasião.

Pode-se dizer que o melhor momento veio quando o jovem disse “Você não manda nada aqui”. Este foi um frame forte e contundente. Pena que empalidecido por tantas ofensas excessivas para o momento.

E o que ele poderia dizer? Alguns rótulos:
* fascista
* bolivariano
* defensor de impunidade de menores
* corrupto
* golpista
* apoiador de ditaduras
e daí por diante

Esse tipo de rótulo, aí sim, iria ferir o oponente. Mas xingamentos? Esses, infelizmente, só ajudam o adversário conseguir usar melhor esses rótulos (aí sim os verdadeiros ataques na guerra política) contra você.

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